segunda-feira, 29 de junho de 2020

EF 9º ano - Língua Portuguesa - Professora Cíntia (29/06 a 03/07)


Roteiro de Estudos
Professor(a): Cíntia Rodrigues
Componente Curricular: Língua Portuguesa
Turmas: 9º Ano
Número de aulas/data referente: 6


Olá! Como você está?
Bem, percebo que a distância da escola tem feito você desanimar, às vezes pensar em desistir. Mas vamos pensar um pouco comigo?
Será que desistir ou desanimar é o melhor caminho?
Aqui, do lado de cá, as coisas também têm sido difíceis. Sinto falta de ouvir suas perguntas e a bagunça de uma sala cheia.
Porém a vontade de fazer com que você seja um cidadão melhor e mais crítico tem me animado um pouco. Penso que esse tempo em casa está nos tornando seres humanos mais solidários e fazendo com que pensemos na importância que tem nossa família e nossa querida escola.
Assim, para que isso se torne realidade, vamos fazer nossa parte. Você faz as atividades com empenho e eu as crio com carinho.
Tenho corrigido tudinho que você tem feito. E olha, apesar de algumas cópias e alguns erros, você tem se esforçado para manter-se ativo. Sabia que isso já é um grande avanço? Muitos têm desistido no meio do caminho. Então você já é um vencedor!

Habilidade(s) a ser desenvolvida: (EF12LP19) - Ler  e  compreender  textos  do  campo  artístico-literário  que  apresentem  rimas, sonoridades, jogos de palavras, expressões e comparações

Forma de Avaliação da Aprendizagem: Processual.

Contato: cintiarodrigues_rc2@hotmail.com

Sequência de Atividades: Copie as perguntas à caneta na folha de caderno ou de almaço e responda a lápis. Não se esqueça de colocar as informações: Nome da Escola, Disciplina, seu nome, nº, série, nome da escola.  

Atividades/ Questões:
                Lamento dizer, meu filho, mas não sou nenhum desses.
Não sou, por exemplo, o Superman. Não consigo sair por aí voando, embora muitas vezes tenha vontade de fazê-lo; tenho de me mover no atrapalhado trânsito desta cidade num modesto Gol, com a esperança de não chamar a atenção dos assaltantes nem de ficar na rua com o pneu furado. Também não tenho, como o Superman, a visão de Raio-X; mal consigo ler, com muita dificuldade e incredulidade, as notícias que aparecem diariamente nos jornais e que nos falam de um mundo convulsionado e de um país perplexo.
                Não sou o Homem Invisível. Não consigo passar despercebido; tenho que ocupar o meu lugar na sociedade, goste dele ou não.
                Não sou o He-Man. Não tenho a Força; pelo menos não aquela força. Tenho uma pequena força, o suficiente para garantir o pão nosso de cada dia, e mesmo alguma manteiga, o que não é pouco, neste país em que muita gente morre de fome.
                Não sou o Rambo; não tenho aquela formidável musculatura, nem as armas incríveis, nem o feroz ódio contra os inimigos (aliás, quem são os inimigos?). Não sou o Tio Patinhas, não sou um Transformer, não sou o Príncipe Valente. Não sou o Rei Arthur, nem Nem Merlin, o Mago, nem Fred Astaire. O que sou então?
                Sou o que são todos os pais. Homens absolutamente comuns, a quem um filho transforma de repente (porque os pais são criados pelos filhos, assim como os filhos são criados pelos pais: a criança é o pai do homem). Homens comuns que levantam de manhã e vão trabalhar. Homens que se angustiam com as prestações a pagar, com os preços do supermercado, com as coisas que estão sempre estragando em casa. Homens que de vez em quando jogam futebol, que às vezes fazem churrasco, que ocasionalmente vão a um teatro ou a um concerto. Destes homens é que são feitos os pais.
                Quando os filhos precisam, estes homens se transformam. Se o filho está doente, se o filho está com fome, se o filho precisa de roupa - estes homens adquirem a força do He-Man, a velocidade do Superman, os poderes mágicos de Merlin. Mas a verdade é que isto não dura sempre, e também nem sempre resolve. A inflação, por exemplo, nocauteia qualquer pai.
                Não, filhos, não somos os seres poderosos que vocês gostariam que fôssemos. Mas somos os pais de vocês, que um dia serão pais como nós. Os heróis são eternos. os pais não. E é nisso que está a sua força.
Moacyr Scliar. Um país chamado infância. São Paulo: Ática, 1995. p. 76-7

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:
              Incredulidade: 
              Perplexo: 

02 – Os estudiosos das histórias em quadrinhos afirmam que a invenção dos heróis está relacionada com as necessidades do ser humano em certas épocas. Sentindo-se fraco, deprimido, impotente, ele cria na ficção um super-herói, capaz de realizar tudo aquilo que deseja fazer. No texto, o narrador cita alguns dos super-heróis mais famosos; veja o que distingue alguns deles:
              Superman: o voo, a velocidade a visão de raios X.
              Homem Invisível: a invisibilidade.
              He-Man: a força.
              Rambo: a musculatura.
              Merlin: os poderes mágicos.
          a)   Como o narrador caracteriza a si mesmo e aos outros pais?

          b)   De que serviriam ao narrador, por exemplo, os poderes do Superman?

          c)   Os super-heróis, desde que são criados, já apresentam poderes. Levando em conta esse dado, o que é mais difícil: ser um super-herói ou um cidadão comum? Por quê?

03 – Muitos super-heróis têm inimigos permanentes.
          a)   Quais são os principais inimigos permanentes dos pais?

          b)   Os poderes dos super-heróis serviriam para combater esses inimigos?

04 – Apesar de serem comuns e apenas humanos, os pais podem eventualmente adquirir “a força do He-Man, a velocidade do Superman, os poderes mágicos de Merlin”.
          a)   Quando isso ocorre?

          b)   Esses poderes são duradouros?


05 – No 6° parágrafo, o narrador afirma: “Os pais são criados pelos filhos, assim como os filhos são criados pelos pais”.
          a)   Explique essa afirmação.


          b)   Dê dois sentidos possíveis a esta outra frase: “A criança é o pai do homem”.

06 – “Os heróis são eternos. Os pais não. E é nisso que está a sua força”. De acordo com essas frases, os pais não são eternos, porque são mortais. Então como explicar essa força dos pais?
      
A linguagem do texto

07 – Observe e compare os sentidos da palavra “MAL” nestas frases:
        “MAL consigo ler, com muita dificuldade e incredulidade, as notícias”
        Eu apenas consigo ler MAL.

        Perceba que a mudança de posição da palavra acarretou uma alteração de sentido:
             a) Que sentido tem a palavra “MAL” em cada uma das frases?
             b) Reescreva as duas frases sem fazer uso da palavra “MAL”, porém transmitindo as mesmas informações. Faça as adaptações que forem necessárias.
               

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