Professor(a): Cíntia Aparecida Rodrigues
Componente Curricular: Eletiva
Turmas:
Número de aulas/data referente: 2
Sensibilização : Sugiro que assistam esse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=52KFq9gG2dc
Habilidade(s) a ser desenvolvida: Ler e compreender, com certa autonomia, textos do campo artístico-
literário, que apresentem diferentes cenários e personagens, observando elementos constituintes das narrativas,
tais como enredo, tempo, espaço, personagens, narrador e a construção do discurso indireto e discurso
direto.
Sequência de Atividades: Leia os textos que seguem e responda as questões em seu caderno a lápis.
Forma de Avaliação da Aprendizagem (Descrição simplificada para que o estudante saiba que está
sendo avaliado e como: a intenção é atribuir maior significado aos estudos.)
Contato : cintiarodrigues_rc2@hotmail.com (Dúvidas: Segunda, terça e quinta das 07:00 às 12:35;
sexta das 07:00 às 15:45)
Tormento não tem idade
- Meu filho, aquele seu amigo, o Jorge, telefonou.
- O que é que ele queria?
- Convidou você para dormir na casa dele, amanhã.
- E o que é que você disse?
- Disse que não sabia, mas que achava que você vai aceitar o convite.
- Fez mal, mamãe. Você sabe que odeio dormir fora de casa.
- Mas, meu filho, o Jorge gosta tanto de você...
- Eu sei que ele gosta de mim. Mas eu não sou obrigado a dormir na casa dele por causa disso,
sou?
- Claro que não. Mas...
- Mas o que, mamãe?
- Bem, quem decide é você. Mas, que seria bom você dormir lá, seria.
- Ah, é? E por quê?
- Bem, em primeiro lugar, o Jorge tem um quarto novo de hóspedes e queria estrear com você.
Ele disse que é um quarto muito lindo. Tem até tevê a cabo.
- Eu não gosto de tevê.
- O Jorge também disse que queria lhe mostrar uns desenhos que ele fez...
- Não estou interessado nos desenhos do Jorge.
- Bom, mas tem uma cosa...
- O que é mamãe?
- O Jorge tem uma irmã, você sabe. E a irmã do Jorge gosta muito de você. Ela mandou dizer
que espera você lá.
- Não quero nada com a irmã do Jorge. É uma chata.
- Você vai fazer uma desfeita para a coitada...
- Não me importa. Assim ela aprende a não ser metida. De mais a mais você sabe que eu
gosto da minha cama, do meu quarto. E, depois, teria de fazer uma maleta com pijama, essas
coisas...
- Eu faço a maleta para você, meu filho. Eu arrumo suas coisas direitinho, você vai ver.
- Não, mamãe. Não insista, por favor. Você está atormentando com isso. Bem, deixe eu lhe
lembrar uma coisa, para terminar com essa discussão: amanhã eu não vou a lugar nenhum.
Sabe por que, mamãe?Amanhã é meu aniversário. Você esqueceu?
- Esqueci mesmo. Desculpe, filho.
- Pois é. Amanhã estou fazendo 50 anos. E acho que quem tem 50 anos tem o direito de
passar a noite em casa com sua mãe, não é verdade?
(Moacyr Scliar. O imaginário cotidiano. São Paulo. Global, 2001. p. 173-4)
Estudo do Texto
1. Na sua opinião, por que a mãe queria convencer o filho a dormir fora de casa?
2. Para tentar convencer o filho a dormir fora a mãe apresentou várias razões. Liste-as.
3. Se você fosse a mãe ou o pai, que argumentos usaria para convencer seu filho a dormir
fora?
4. O que torna a história divertida?
5. O texto teria a mesma graça se o autor fizesse referência a uma criança?
6. Em que momento da história o leitor descobre que o filho vai fazer cinquenta anos?
7. Agora, leia um trecho do texto que serviu de inspiração para o autor Moacir Scliar:
Dormir fora de casa pode ser tormento
A euforia de dormir na casa do amigo é tão comum entre algumas crianças quanto o pavor de
outras de passar uma noite longe dos pais. E, ao contrário do que as famílias costumam
imaginar, ter medo de dormir fora de casa não tem nada a ver com a idade. Assim como há
crianças de três anos que tiram essas situações de letra, há pré-adolescentes que chegam a
passar mal só de pensar na idéia de dormir fora, embora tenham vontade.
Os especialistas dizem que esse medo é comum. A diferença é que algumas crianças têm mais
dificuldade para lidar com ele. “Para o adulto, dormir fora de casa pode
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