segunda-feira, 11 de maio de 2020

EF 7º ano - Língua Portuguesa - Professora Patrícia (11/05 a 15/05)


Roteiro de Estudos
Professor(a): Patrícia Granso de Queiroz
Componente Curricular: Língua Portuguesa
Turmas: 7 ano
Número de aulas/data referente: 6 aulas  11/05/2020 a 15/05/2020
Sensibilização:
 Era uma vez um Autor com uma vaga ideia para uma nova história. E como nessa história tinha vaga de verdade para um grande Personagem, pensou em começar sua busca colocando um anúncio no jornal.

Habilidade(s) a ser desenvolvida :


(EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/ edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.

(EF69LP03C) Identificar, em entrevistas, os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas.

Sequência de Atividades PRODUÇÃO DE AUTORIA - CONTO
1- O conto “Grande encontro” é para você ler e se divertir com a intrigante história criada por Silvana Tavano.

O Grande Encontro
Era uma vez um Autor com uma vaga ideia para uma nova história. E como nessa história tinha vaga de verdade para um grande Personagem, pensou em começar sua busca colocando um anúncio no jornal.
"Procura-se um Personagem disposto a viver aventuras eletrizantes. Não é necessário ter
experiência no tema, mas algumas características serão especialmente consideradas: um certo preparo físico, raciocínio rápido e personalidade carismática."
O primeiro candidato a se apresentar foi logo dizendo:
- Participei de passagens importantes de muitos livros famosos, imortalizados por personagens
estrelados.
- Ah, parabéns! O senhor tem razão. Os grandes personagens não envelhecem. Mas, se entendi bem, o senhor nunca foi o protagonista desses enredos, certo? Enfim... É uma pena, mas um coadjuvante de idade avançada não é o que busco. Desculpe!
Dois dias e muitas páginas amassadas depois, o Autor recebe outro candidato - um tipo muito
sincero, mas bastante imaturo.
- Já passei por muitas imaginações, mas...
- Mas?
- Nunca cheguei ao papel...
- Ah...
- Tenho muito potencial, mas...
- Mas?
- Preciso de alguém que acredite em mim, que me decifre e me revele com todas as letras, entende?
- Você é muito interessante. Mas...
Na semana seguinte, com a cabeça embaralhada e ainda sem um herói à vista, o Autor começa a pensar em outras possibilidades e, repentinamente, tem uma grande ideia: e se o narrador transformasse a própria aventura em Personagem? Animado, ele já ia colocar o texto em ação quando o telefone toca.
- Bom dia. Posso falar com o Autor?
- E o senhor é.......?
- O Personagem.
- Ah, claro, o anúncio...
- Exato, o anúncio. Muito bem escrito, por sinal.
- ...?
- Quantos livros o senhor publicou?
- ... !?!
- Alô? Alô, o senhor está na linha?
- Sim... Claro, estou ouvindo............ Continue, por favor!
- Desculpe! Espero que não me leve a mal, mas preciso saber um pouco mais sobre o seu estilo
como é o seu processo criativo, quais gêneros o senhor domina, se tem livrospremiados...
É que não me encaixo com naturalidade em qualquer texto. Tenho que sentir alguma consistência literária, entende?
O Autor experimentou vários estados de espírito. No início, ficou atônito. Mais que isso, catatônico!
Depois, a palavra certa seria "irritado". Mas, pouco a pouco, foi se sentindo, como dizer? Impressionado!
Pois, à medida que respondia às perguntas do Personagem, foi se surpreendendo mais e mais com suas próprias palavras.
No dia seguinte, conversaram de novo. E no outro, outra vez.
Trocaram ideias durante tanto tempo que acabaram se tornando grandes amigos. Anos depois, eram tão íntimos que um logo adivinhava o que o outro tinha acabado de pensar e, juntos, inventaram histórias fabulosas.
Silvana Tavano, autora deste conto, é jornalista, autora de livros infantis e juvenis e escreve no blog Diários da Bicicleta.
2- Após ter lido e se divertido, a proposta é você aproveitar a ideia do texto e ser também o criador de uma fabulosa história. Utilize o roteiro abaixo e escreva o seu texto.
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 Atenção!
 Utilizem as dicas a seguir para realização da produção:
Seu texto precisará ter no mínimo três parágrafos
 Sugestões:
 Primeiro parágrafo:
 Faça uma introdução/ situação inicial, descrevendo o espaço/cenário onde o conto acontece, nele também poderá ser apresentado os personagens.
 Segundo parágrafo:
 Crie um conflito gerador, um problema que deverá ser resolvido posteriormente no desfecho, uma complicação que tire o equilíbrio de sua história.
 Pense em algo que gere emoção, suspense que prenda atenção do leitor.
 Terceiro parágrafo:
Realize o desfecho (final) para sua história onde o conflito inicial deverá ser resolvido. Não se esqueçam:
Criar um título para sua história.
Utilizar letra maiúscula no início dos parágrafos e substantivos próprios;
Fiquem atentos nas escrita correta das palavras e repetições  excessivas.
 Por exemplo, para menino você poderá utilizar o nome do menino, como também substituir por: ele, menino, garoto, criança, moleque.
  Utilizem os sinais de pontuação para marcar o sentido do seu texto, para expressar suspense, marcar emoções e as falas dos personagens.
  Você poderá fazer um rascunho em uma folha de caderno antes de passar a limpo na folha de produção.
 


TRILHA DE CONHECIMENTOS
Você lerá uma entrevista do Daniel Munduruku. Na entrevista você irá observar que esse tipo de texto tem uma estrutura bem específica.
Quando desejamos entrevistar alguém, seja uma personalidade ou não, é preciso que antecipadamente, se conheça um pouco sobre o entrevistado, que se prepare antecipadamente as perguntas que serão feitas para que as informações coletadas sejam interessantes ao leitor.
 Na leitura desse texto você vai notar que as perguntas estão destacadas em negrito para que o leitor as identifique. Antes das perguntas, também aparece um texto introdutório, explicando o contexto em que a atividade se deu. Sabendo disso, você já pode ler o texto e conhecer um pouco mais do escritor indígena Daniel Munduruku.
 1. Leia atentamente a entrevista, obsevando os destaques e a organização do texto para responder às questões a seguir.
 Era uma vez na minha aldeia A repórter mirim Maria Flor G., 9 anos, entrevistou o escritor Daniel Munduruku sobre suas obras e infância. A repórter mirim Maria Flor G., 9 anos, entrevistou o escritor sobre as obras, a infância e a vida na cidade e na aldeia. O papo ocorreu durante o encontro nacional de escolas associadas da Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (Rede PEA-Unesco), realizado em setembro, em Ouro Preto (Minas Gerais). Na conversa, Daniel contou ter sofrido bullying em uma escola de fora da aldeia por ser diferente das crianças que estudavam ali. Formado em filosofia e educação, ele fala sobre a importância e a diversidade dos povos indígenas em livros, palestras e aulas. Confira.
Quando você começou a escrever histórias?
 Publiquei meu primeiro livro em 1996. Antes de escrever, eu já contava histórias. Um dia, uma criança perguntou onde podia ler essas histórias. Eu não soube responder, porque o que eu contava, tinha ouvido quando era criança, lá na aldeia, e não sabia se elas tinham sido registradas. Descobri que não, então veio a ideia de escrever. Comecei a fazer isso, mas não virei escritor imediatamente, porque escrever é uma coisa que a gente vai aprendendo, ninguém nasce escritor. Eu fui me tornando e acho que hoje já sou.
 Qual é o seu principal objetivo com os livros?
 “Desentortar” o pensamento das pessoas. Eu tenho a impressão de que nessa idade [público infantojuvenil] as pessoas não entendem muito bem a vida indígena, por isso, pensam de forma preconceituosa, às vezes. A minha ideia, ao escrever, é apresentar outra história e, com ela, fazer as crianças pensarem direito e bem sobre povos indígenas.
 Como foi a sua infância?
 A lembrança que eu tenho da minha infância no meio da floresta é muito feliz. Até meus 9 anos, vivi na aldeia. Eu corria, brincava, nadava no rio, atirava com arco e flecha… Isso acabou quando fui para a escola. Também no colégio comecei a sentir os primeiros preconceitos das pessoas contra a minha beleza. Elas ficavam achando que eu era feio, mas eu sempre me achei bonito e tive orgulho de ser quem eu era. Quando fui para a cidade — porque a escola ficava lá — o colégio dizia que ter nascido na aldeia era algo ruim, que eu era atrasado e selvagem. Isso acabou me deixando muito triste.
Hoje, se você tivesse que sair da cidade e voltar a viver na aldeia, qual seria a sua reação? Acho que eu seria do mesmo jeito. É claro que, como tenho acesso a muitas coisas na cidade, elas me fariam falta na aldeia. Mas, com o tempo, eu iria aprender a viver sem tudo isso. Embora toda essa tecnologia, ou parte dela, já esteja nas nossas aldeias. Nossos grupos já estão bem próximos da cidade e da vida urbana e eles usam tecnologia. O sinal de celular e a internet chegam a muitas aldeias, mas não a todas.
 Seu nome é mesmo Munduruku? Qual é o significado?
 Munduruku é o nome do meu povo, significa “formigas vermelhas”, porque o povo munduruku é um povo muito guerreiro, assim como as formigas. Se você mexe com uma formiga, ela não te causa nenhum problema, mas se mexer com o formigueiro, ele mata uma pessoa. O mesmo acontece com os munduruku: se mexer com o povo inteiro, ele cria uma força muito grande. Então, a gente acaba usando o nome do nosso povo como nosso nome. Munduruku não é meu nome oficial, que aparece na minha identidade. É um nome “artístico”, que eu uso para saberem de onde sou. Eu não sou Daniel, o indígena, sou Daniel, o munduruku — assim, eu tenho uma origem, pertenço a um povo. (...)
 Eu sei que você não gosta da palavra “índio”, porque você acha que o Dia do Índio deveria se chamar Dia da Diversidade Indígena. Você comemora o atual Dia do Índio de alguma forma?
            Hoje essa data é uma data de reflexão, e para o movimento indígena é uma data de luta. Isso quer dizer que é uma época do ano em que a sociedade está muito mais atenta ao que acontece com os povos indígenas. Então o movimento indígena, que é um movimento político, aproveita essa oportunidade. Ele organiza movimentos em Brasília e em vários lugares do Brasil para chamar a atenção da sociedade. O  19 de abril e a Semana dos Povos Indígenas, que hoje já se chama Abril Indígena, são mudanças que foram acontecendo na sociedade. Eu não gosto dessa data porque ela comemora um índio que não existe, é uma ideia errada que as pessoas têm. Por isso, acho que devia se chamar Dia da Diversidade Indígena, porque quando se fala “índio”, dá a impressão de que somos todos iguais, mas não somos. Somos povos diferentes e somos uma diversidade, então é mais importante sermos tratados como uma diversidade, porque isso ajuda as escolas a olhar cada povo em particular. Cada povo vai ser tratado como um povo diferente. No Brasil, são mais de 300 povos, então, imagina, é uma diversidade muito grande!
            Se você se interessar pelo Daniel Munduruku, quando retornar às aulas, pode procurar livros dele nas bibliotecas públicas ou na sala de leitura da sua escola, ou acessar ao ao bolg dele http://danielmunduruku.blogspot.com/p/daniel-munduruku.html acesso em 26/03/2010.
 Fonte: Trechos da entrevista extraídos do jornal JOCA, edição 139, 7/10/2019 a 21/10/2019.
a)      Quem é o entrevistado?
b)       Em que ele se destaca?
c)      Antes da entrevista propriamente dita, ou seja, das perguntas da entrevistadora, há um texto que a introduz. Ele é chamado de texto introdutório, para que serve esse texto?
d)       Munduruku não é o nome oficial de Daniel, então por que ele usa esse nome?
e)       Para o escritor o termo “índio” não é apropriado, pois dá impressão de que todos são iguais. Sabemos ainda que esse termo vem repleto de preconceito e imagens indígenas que não correspondem à realidade.  De que maneira os indígenas têm comemorado o dia 19 de abril?

f)       Complete o quadro com base nas informações do texto:


Título

Assunto

Entrevistado

Quando foi publicado

Onde foi publicado


Se você se interessar pelo Daniel Munduruku, quando retornar às aulas, pode procurar livros dele nas bibliotecas públicas ou na sala de leitura da sua escola, ou acessar ao ao bolg dele http://danielmunduruku.blogspot.com/p/daniel-munduruku.html acesso em 26/03/2010.
Forma de Avaliação da Aprendizagem : Serão avaliados o envolvimento na realização das atividades, a compreensão do texto e a interpretação envolvidas nas atividades, as respostas apresentadas no roteiro de estudo.
Formativa: dar ao aluno a oportunidade de mostrar sua compreensão sobre o tema proposto. A partir do resultado obtido, é possível orientar e regular a construção do conhecimento.
Contato : e.mail: patriciagranso@profeducacao.sp.gov.br


REFERÊNCIAS
BLOGSPOT. Danielmunduruku. Disponível em: http://danielmunduruku.blogspot.com/p/daniel-munduruku.html. Acesso em: 7 mai. 2020.
NOVAESCOLA. O grande encontro . Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/3188/o-grande-encontro. Acesso em: 7 mai. 2020.


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