Roteiro de Estudos
Professor(a): Cíntia
Aparecida Rodrigues
Componente Curricular: Eletiva
Turmas: 6º ao 9º
Número de aulas/data referente: 2
Habilidade(s) a ser desenvolvida: Ler e
compreender, com certa
autonomia, textos do
campo artístico-literário, que apresentem
diferentes cenários e personagens, observando elementos constituintes das narrativas, tais
como enredo, tempo,
espaço, personagens, narrador
e a construção
do discurso indireto e discurso direto.
Forma de Avaliação da Aprendizagem: Procedimental
Contato : cintiarodrigues_rc2@hotmail.com (Dúvidas:
Segunda, terça e quinta das 07:00 às 12:35; sexta das 07:00 às 15:45)
Sequência de Atividades: Leia o
texto que segue e após uma reflexão faça um resumo do mesmo em seu caderno e
envie à professora. Não esqueça de colocar nome, número e série.
BRINCADEIRA
Começou como uma brincadeira. Telefonou para um
conhecido e disse:
– Eu sei de tudo.
– Eu sei de tudo.
Depois de um silêncio, o outro disse:
– Como é que você soube?
– Não interessa. Sei de tudo.
– Me faz um favor. Não espalha.
– Vou pensar.
– Por amor de Deus.
– Está bem. Mas olhe lá, hein?
Descobriu que tinha poder sobre as pessoas.
– Sei de tudo.
– Co- como?
– Sei de tudo.
– Tudo o quê?
– Você sabe.
– Mas é impossível. Como é que você descobriu?
A reação das pessoas variava. Algumas perguntavam
em seguida:
– Alguém mais sabe?
Outras se tornavam agressivas:
– Está bem, você sabe. E daí?
– Daí nada. Só queria que você soubesse que eu sei.
– Se você contar para alguém, eu…
– Depende de você.
– De mim, como?
– Se você andar na linha, eu não conto.
– Certo.
Uma vez, parecia ter encontrado um inocente.
– Eu sei de tudo.
– Tudo o quê?
– Você sabe.
– Não sei. O que é que você sabe?
– Não se faz de inocente.
– Mas eu realmente não sei.
– Vem com essa.
– Você não sabe de nada.
– Ah, quer dizer que existe alguma coisa pra
saber, mas eu é que não sei o que é?
– Não existe nada.
– Olha que eu vou espalhar…
– Pode espalhar que é mentira.
– Como é que você sabe o que eu vou espalhar?
– Qualquer coisa que você espalhar será mentira.
– Está bem. Vou espalhar.
Mas dali a pouco veio um telefonema.
– Escute. Estive pensando melhor. Não espalha
nada sobre nada daquilo.
– Aquilo o quê?
– Você sabe.
Passou a ser temido e respeitado. Volta e meia
alguém se aproximava dele e sussurrava:
– Você contou para alguém?
– Ainda não.
– Puxa. Obrigado.
Com o tempo, ganhou uma reputação. Era de
confiança. Um dia, foi procurado por um amigo com uma oferta de emprego. O salário
era enorme.
– Por que eu? – quis saber.
– A posição é de muita responsabilidade – disse o
amigo. – Recomendei você.
– Por quê?
– Pela sua descrição.
Subiu na vida. Dele se dizia que sabia tudo sobre
todos, mas nunca abria a boca para falar de ninguém. Além de bem-informado, um
gentleman. Até que recebeu um telefonema. Uma voz misteriosa que disse:
– Sei de tudo.
– Co- como?
– Sei de tudo.
– Tudo o quê?
– Você sabe.
Resolveu desaparecer. Mudou-se de cidade. Os
amigos estranharam o seu desaparecimento repentino. Investigara. O que ele
estaria tramando? Finalmente foi descoberto numa praia remota. Os vizinhos
contam que a voz que uma noite vieram muitos carros e cercaram a casa. Várias
pessoas entraram na casa. Ouviram-se gritos. Os vizinhos contam que mais se
ouvia era a dele, gritando:
– Era brincadeira! Era brincadeira!
Foi descoberto de manhã, assassinado. O crime
nunca foi desvendado. Mas as pessoas que o conheciam não têm dúvidas sobre o
motivo.
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