“Tenho
amigos que são do meio político. E eu sei que não são santos. Tenho
amigos advogados que também não são santos. Amigos médicos que também não
são santos. Amigos pastores que também não são santos… E eu,
no meio de tanta gente que não é santa me pergunto: – O problema
está com eles ou está comigo? Bom… ao menos eu não saio por aí
dizendo que sou santo!” Texto de Augusto Branco (poeta brasileiro).
Você já
parou e se perguntou o que é ética? O que é moral? O que é liberdade? Pois é,
eis a chance de refletirmos um pouco sobre tudo isso. No texto acima, de
autoria do poeta brasileiro Augusto Branco, ele menciona conhecer alguns amigos
que não são “santos”.
O que significa neste texto
não ser santo? Significa ser uma pessoa imoral? Significa ser uma pessoa sem
ética? E a liberdade está aonde? A liberdade está em ser amigo dos “não santos”
ou de não sair por aí dizendo que é santo?
Como
colocar em prática a Ética, a Moral, e a Liberdade?
Não, nós
não estamos julgando o poeta, mas o que este fragmento de texto nos proporciona
é a possibilidade de analisarmos muitas situações que frequentemente também
ocorrem conosco e que são muito parecidas com o que foi dito pelo poeta. O que
vamos fazer agora será um exercício de reflexão a partir de conceitos da
filosofia que compreendem o que é ética, moral e liberdade.
Pensemos em
um caso hipotético: um jogador de futebol que tem uma origem humilde. Ele
nasceu na periferia, estudou na escola do bairro, fez amigos. Após muito treino
e esforço, conquistou fama e dinheiro como jogador de futebol. Mesmo assim, o
jogador agora famoso não perdeu o contato com as suas raízes. Muitos dos seus
conhecidos e amigos seguiram caminhos diferentes. Alguns se casaram, fizeram
uma faculdade e se tornaram chefes de família; outros, por algum motivo,
caminharam para o tráfico de drogas e para a marginalidade em geral.
O jogador de futebol, agora
uma estrela, sempre que volta para sua cidade visita suas origens, seu bairro,
sua família, seus amigos e conhecidos. O jogador, por ser uma estrela, mexe com
o sentimento de todos os seus antigos amigos e colegas. Mesmo com a agenda
apertada, o jogador atende pacientemente aos pedidos de visita dos amigos. Vai
à casa de cada um deles, participa de algumas festas, mesmo sabendo que alguns
deles seguiram caminhos diferentes do seu, de modo que estes amigos não
representam uma ameaça para ele. Todos querem estar ao seu lado, isso porque
sentem orgulho do amigo famoso. Ele, o amigo famoso, representa para os demais
um símbolo de superação, de vitória e ao mesmo tempo de orgulho para todos.
Assim, sabendo disso, o jogador famoso, toda vez que retorna para suas origens,
busca manter os laços de amizade com todos aqueles amigos e conhecidos que, de
algum modo, demonstram o seu carinho e respeito por ele. Porém, caso o jogador
se negue a recebê-los, a participar de festas ou de simplesmente ignorá-los,
ele corre o risco de perder a amizade, o carinho e o respeito daqueles que o
admiram. Em uma situação mais extrema, ele pode acabar sendo hostilizado por
todos. Não apenas ele, o jogador, mas também a sua família poderá sofrer com a
rispidez e a desaprovação dos vizinhos de sua comunidade por causa das atitudes
desse filho ilustre.
O que
fazer? Visitar apenas aqueles amigos que, de algum modo, seguiram um caminho
considerado correto pela sociedade? E aqueles amigos ou conhecidos que seguiram
um caminho considerado imoral pela sociedade, mas que demonstram carinho e
admiração pelo jogador, eles devem ser ignorados? Qual o risco que ele corre ao
fazer isso?
As
respostas para estas perguntas, que se caracterizam aqui como um dilema, são
difíceis de serem respondidas, tudo depende do contexto e das pessoas
envolvidas. Às vezes, para sobrevivermos com certa
segurança na atual sociedade, nós precisamos nos adequar a um mundo no qual nem
sempre o que acontece é algo ético ou moral. Nem sempre temos a liberdade
de escolha.
Por este
motivo não nos cabe julgar, mas refletir sobre estas situações. Assim, este
exemplo do jogador e o do poeta provoca a nossa reflexão para o que seria
ético, moral e qual seria a nossa liberdade para determinadas situações que nos
cercam em nosso dia a dia.
A partir do texto e seus conhecimentos,
responda as questões a seguir:
1-) Na nossa sociedade, o que significa dizer
que alguém não é santo?
2-) Você se considera uma pessoa santa?
Explique.
3-) Em sua opinião, o jogador teria obrigação
de toda vez visitar seus amigos? Deixar de visitar seus amigos faria do jogador
uma pessoa ruim?
4-) No fim do texto, a autora diz que “Às
vezes, para sobrevivermos com certa segurança na atual sociedade, nós
precisamos nos adequar a um mundo no qual nem sempre o que acontece é algo
ético ou moral”. Você concorda com essa afirmação? Você já fez algo imoral para
se dar bem ou receber algo em troca? Justifique suas respostas.
(Dúvida, sugestão, observação? Deixe seu comentário aqui embaixo.)
(Dúvida, sugestão, observação? Deixe seu comentário aqui embaixo.)
é para copiar as questões
ResponderExcluirVai ter que copiar só as perguntas?
ResponderExcluirÉ para copiar o texto professor ?
ResponderExcluirOlá, moçada. Não é necessário copiar o texto, apenas as perguntas.
ResponderExcluirProfessor, posso estar encaminhando a atividade em que e-mail?
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