quinta-feira, 26 de março de 2020

EM 1ª série - Sociologia - Professora Maria Cristina


Introdução – Tema: O processo de desnaturalização e estranhamento da realidade.

                                       O apocalipse digital – Bráulio Tavares

                                                            Revista Carta Fundamental – fevereiro 2013 -  nº 45

Deu no jornal que o primeiro ministro da Bélgica, Elio Di Rupo, interrompeu um discurso que fazia no Parlamento para atender e responder a uma mensagem pelo celular. A discussão na imprensa e entre as pessoas que leram a notícia acabou tendendo na direção do “apocalipse digital”. É algo mais previsto e mais anunciado que o fim do mundo pelo calendário Maia. O apocalipse digital, segundo seus profetas, é um processo acelerado de despersonalização das relações humanas face a face, que serão substituídas pelas engenhocas eletrônicas: computadores, notebooks, palmtops, smartphones, tablets, etc. As pessoas só falarão umas com as outras por meio desses aparelhos. Ninguém mais vai sair de casa para visitar os amigos: ficarão todos conversando pelo Messenger ou pelo Skype. E um dos primeiros sinais disso é que que qualquer conversa face a face é interrompida se o aparelho de alguém tocar. O aparelho tem sempre prioridade, como comprovou o ministro belga.
     O problema não são os equipamentos eletrônicos. O problema é que criamos uma atitude ansiosa e passiva diante da correspondência digital: “preciso urgentemente saber que recado é esse? Quem mandou o recado? Se a mensagem chegou eu tenho que olhar, tenho que obedecer, tenho que responder...”.
     Hábitos saudáveis como encontrar com os amigos, caminhar pelas ruas da cidade, sentar numa praça, tomar um café, deixaram de ser comuns nas grandes cidades. As pessoas saem de carro até para pequenas distâncias, dirigem até as academias e pagam caro pra andar sobre uma esteira que não sai do lugar.
    Observe as pessoas que estão “ligadas” ao celular: no cinema, no restaurante, nas filas, nos velórios, no teatro, na sala de aula, no carro, em qualquer lugar tem gente olhando para a telinha do aparelho. Ás vezes um único ser humano possui 3 ou 4 aparelhos, todos enfileirados sobre a mesa (por ordem de operadora). Ao primeiro alerta ele larga o que está fazendo para atender.  E acha que não pode viver sem.
    Quem controla quem?

Reflexão

Quais são os aspectos positivos e negativos dos aparelhos eletrônicos em nossa vida?

Resposta no caderno.


O processo de desnaturalização e estranhamento da realidade.

Caro aluno, já parou para pensar o quanto estamos acostumados a olhar para o que acontece ao nosso redor, para as pessoas que nos cercam, e encarar tudo como natural, como fosse assim e sempre o tivesse sido? As explicações que somos capazes de dar para os acontecimentos da vida em sociedade são marcadas por uma forma de conhecimento orientado por prenoções e juízos de valor
Juízo de valor: é um juízo sobre a correção ou incorreção de algo, ou da utilidade de algo, baseado num ponto de vista pessoal. Como generalização, um juízo de valor pode referir-se a um julgamento baseado num conjunto particular de valores ou num sistema de valores determinado.
A expressão juízo de valor pode ser usada num sentido positivo; significando que um julgamento deve ser feito levando em conta um sistema de valores, ou, num sentido depreciativo, significando um julgamento feito de um ponto de vista pessoal, em vez de um pensamento racional. (Wikipédia)
Quando vamos a um lugar desconhecido lançamos um olhar repleto de preconceitos e estereótipos.
Nosso olhar não é neutro, ele está repleto dessas prenoções que vêm do senso comum. São apreensões da experiência do dia a dia baseado na vida cotidiana.
Encaramos o mundo como se tudo fosse natural, como se as pessoas e o mundo sempre fossem assim. É necessário haver um processo de estranhamento ou desnaturalização da Realidade. Pois nem sempre o que é real é verdadeiro. É preciso "treinar o olhar" e construir um olhar sociológico para a realidade e esse se faz com base no estranhamento do cotidiano. O olhar sobre as coisas no mundo não é neutro e sim cheio de "prenoções". É preciso quebrar a tal forma de olhar a realidade. É preciso olhar com um olhar sociológico.
 Para desenvolver um olhar sociológico é preciso mudar essa forma de encarar a realidade. E para construir um olhar sociológico sobre a realidade o primeiro recurso metodológico é o olhar de estranhamento.
O estranhamento, portanto, é acompanhado pela desnaturalização do olhar, pelo desenvolvimento de uma atitude que evite considerar como “natural” o que acontece à nossa volta. O olhar crítico e social em lugar do olhar passivo e conformista.

(Dúvida, sugestão, observação? Deixe seu comentário aqui embaixo.) 

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Olá! Não é preciso copiar o texto. Apenas escreva as respostas e envie-me para o email cristininha.maria@hotmail.com . E não esqueça de colocar seu nome , série e numero. Obrigada.

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  2. Olá! Não é preciso copiar o texto. Apenas escreva as respostas e envie-me para o email cristininha.maria@hotmail.com . E não esqueça de colocar seu nome , série e numero. Obrigada.

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